Conforme o passar da vida, algumas adversidades começam a fazer parte do nosso dia a dia, tais como dificuldade em fazer o que antes era fácil, queda de rendimento na concentração, as atividades físicas se tornam cada vez mais desgastantes e assim por diante. Essa é uma máxima geral e quem não passou por ela, espero que passe. Afinal, isso significa estar vivo e trazer consigo uma história.

 

Essa história, no entanto, pode trazer também algumas limitações físicas como a rigidez matinal nas articulações por até uma hora, dificuldade de calçar o sapato, dor na região da virilha ou na lateral do quadril, que pioram ao fim do dia. Além disso, o caminhar, subir e descer escadas e até mesmo o ato de dormir à noite pode provocar dor. E dentre todas essas dificuldades, a dor é o sinal com o qual mais se precisa ter cuidado. Tudo isso pode ter um início lento, insidioso, em que vamos nos acostumando com tais desconfortos impostos pela nova condição e, assim, os dias vão passando… E piorando. Esse quadro, clinicamente falando, é chamado de osteoartrose de quadril1.

 

Caso você tenha sido diagnosticado com osteoartrose de quadril, saiba que você não está sozinho. Há mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofrendo com essa patologia. Além disso, ela é uma das patologias que mais atrapalham as atividades comuns no dia a dia, gerando disfunções, dor e perda de qualidade de vida.

 

A osteoartrose de quadril é uma patologia progressiva que pode ser dividida didaticamente em estágios: inicial, moderado e avançado. Cada estágio é definido conforme as características clínicas citadas acima e radiográficas. Atualmente, uma vez identificada a patologia, deve-se iniciar o tratamento precocemente a fim de retardar sua evolução. Este tratamento, em suas primeiras linhas, consiste em: (i) exercícios físicos, inicialmente de baixo impacto; (ii) educação do paciente sobre sua patologia, curso e prognostico; (iii) uso de dispositivo de auxílio de marcha, como muletas ou bengalas, se necessário; (iv) programa de auto manejo; e (v) perda de peso, no caso de pessoas obesas ou com sobrepeso. As intervenções farmacológicas, como o uso medicamentos orais, tópicos e infiltrações devem ser discutidas com o médico e equipe para avaliar o custo-benefício da intervenção, mas também compõem a primeira fase de tratamento1,2.

 

Por sua vez, as osteoartroses de quadril caracterizadas como avançadas apresentam melhores resultados com a substituição da articulação, isto é, a famosa “prótese total de quadril”. Para tanto, uma avaliação minuciosa médica, fisioterápica e do próprio paciente é imperativa na tomada de decisão.

 

Para cada classificação ou fase da osteoartrose de quadril há uma forma de abordagem, uma saída, e nossa equipe está à disposição para melhor auxiliar os pacientes na tomada de decisão.

 

  1. Ferguson RJ et al. Hip and Knee replacement. Lancet (2019).
  2. Kolasisnki SL et al. 2019 Guideline for the management of osteoarthritis of the hand, hip, and knee. Arthritis & care (2020)

 

 

Bruno Arruda

Fisioterapeuta da equipe IMAP

Especialista em Dor

Crefito:3/258.807-F